Tem os pés fincados num charco
De virtudes colossais
Mas os braços se lhe ataram
A um cipoal de nuvens em que oscilam
Perversões abissais.
Brotam-lhe asas dos artelhos
Pesam-lhe tufões pelos jarretes,
E no casulo do peito
O coração engendra o templo
Onde os olhos vidrados
São janelas rasas e invertidas.
No pátio sem fontes
Cupido jaz petrificado
Entre o limo e o arco retorcido,
Espetado em sua própria seta.
O Amor olhou pra trás, e entre as ruínas
desse templo perdido
Seixos de vaidade para sempre rolarão
A transmutar em sal seu coração.
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