crisca1808@gmail.com

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

De volta pro aconchego

Depois das andanças pela dura poesia concreta
de algumas esquinas, voltaste. Estás bem, estou contente.
Me encontras um pouco diferente, mas vou te falar de todo coração:

Meu amigo, meu irmão,
"...que bom poder estar contigo de novo"...

Seja bem-vindo ao lugar de onde deveria, sim,
ter saído, até pra ter a delícia de voltar.

Sorte, Saúde, Paz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quadrado de Dois Lados

Não faz muito tempo eu dava uns puxões de orelha
num amigo arredio. Sempre se esquivando dos nossos
convites, com as desculpas mais tattered - que é como
eu digo esfarrapadas, tentando esconder que nasci
a.C. (antes do Computador).

Eu estava errada - pela enésima vez.
Primeiro, não tinha nada que meter o nariz
na vida do cara. Segundo, hoje caiu a ficha.
De repente, "tipo assim" do nada, percebi
que ele tem razão.
Bom: do nada, não é bem a expressão da verdade.

Fui juntando umas pecinhas aqui, outras ali,
meio brincando com meu LEGO interior.
Daí me veio: meu amigo percebeu, séculos antes de mim,
que "ado, ado, cada um no seu quadrado" é O Axioma do Milênio,
e tem tudo que ver com a situação - ONDE eu achava que não me incluía.

Não sei se consigo me explicar. Mas veja se não
faz sentido: estou dentro do pensamento e das considerações de alguns,
quando isto lhes é confortável, adequado, conveniente.
Quando tudo isso não, estou fora. Simples como andar pra frente.

Amigo véio,você está atolado na razão. Sempre esteve.
E eu te achando esquivo, bicho-do-mato,
anti-social. Apenas não é burro.
E conhece as fronteiras do seu quadrado,
que como o meu, só tem dois lados: dentro e fora.

Perder um Amigo

Maurício Tapajós / Aldir Blanc

Perder um amigo - morrer pelos bares
Pifar em New York, penar em Pilares
Perder um amigo - errar a tacada
Sentir comichão na perna amputada

Perder um amigo - mudar pra bem longe
Levar vida afora o tombo do bonde
Perder um amigo é a última gota
Se o cara duvida que a vida é marota

Perder um amigo - perder o sentido
Perder a visão, as mãos, os ouvidos
Perder um amigo:
Perder um encontro marcado e marcar-se
Com a perda do espelho nos olhos do amigo
Aonde melhor conheci minha face.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Mentiras Sinceras"

As crises de depressinha estão mais raras e curtas.
O problema são as noites: sempre mais longas.
Fazer o quê? Não se pode ter tudo.
Pelo menos estou "viva" -  dizem os amigos.
E os meus amigos não mentem, a menos que seja
pra me confortar. Querer mais, e menosprezar
essa riqueza, seria ingratidão.

domingo, 12 de setembro de 2010

Mim pessa que eu ajudo

Acham que eu exagero, não é?
Pois saibam que diariamente recebo uma pá de e-mail
em "dialetos" estranhos, que despetalam
a Flor do Lácio bem diante do meu pasmado nariz.

Quem dera fosse só via e-mail.

Sofro assaltos-a-língua-armada
via pop-ups, blogs e sites em geral,
inclusive - inclusive nada,
principalmente! - em nichos literários.
Está certo que os tempos são outros.
Tudo bem que a língua é dinâmica etc.
Mas tem horas que me bate um desalento...

Preconceito. Intolerância. Caretice.
Certo, de tudo tenho um pouco.

Você, claro que não.

Acontece que estou aqui à trabalho,
não vim pra paciar, informou-me
dia desses um contato online.

Daí que me dispus a esclarecer
quem tivesse a humildade de perguntar:
Ei, Cris, é com j ou com g?
Está ou estar? Se eu poder ou se eu puder?
Cançasso ou canssaço? Anciedade. Destorçer os fatos.
Emprimir verassidade aos textos, ir à nado,
encarar de frente à vida, perigo eminente.
E por aí vamos.

Quando não sei,faço por onde.
Tudo por e-mail, claro, que é pra não constranger.
Ninguém é obrigado a ser Machado de Assis.
Mas, putsgrill!  custava escrever do jeito
que foi "combinado"? Para isto existem os códigos,
pra gente se entender, tá ligado? Se não para
tanto, ao menos para termos em que estribar
os arranca-rabos.

Pode me xingar, chingar, ou esculhambar à vontade.
Mas numa língua ONDE eu entenda, please.

sábado, 11 de setembro de 2010

Vote para o Oscar

Que filme brasileiro voce indicaria para o Oscar 2010?
Vote aqui:


 http://www.cultura.gov.br/site/2010/09/08/enquete-oscar/

Semiótica do Medo

As palavras nem sempre são o resultado de uma reflexão intelectual ou têm a função de provocar uma reflexão no ouvinte, não funcionando, nestes casos, como meio de transmissão de pensamento. Muitas palavras são utilizadas como uma espécie de cimento social, tendo a função de criar laços de união. São exemplos desta função os cumprimentos ou saudações do tipo "como vai?", "tudo bem?", "bom dia". São falas vazias de conteúdo, mas que cumprem importante papel no relacionamento social. [...]
Leia mais:

http://espiritodegeometria.blogspot.com/2010/09/semiotica-do-medo-e-da-desconfianca

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O poder do discurso

[...] Vivemos num tempo e lugar em que nenhum valor moral é mais importante que a troca do nosso dindin (ou poder) por algo que alguém nos quer convencer a comprar. Seja um saco de arroz, uma religião ou um político. Nesse contexto em que a competência se impõe, não importa se os argumentos dos "vendedores" são verdadeiros ou falsos, desde que sejamos persuadidos. E uma das principais armas para nos convencer é o discurso, a linguagem. Nem tanto o que se diz, mas como se diz.

Hoje, como nunca antes, malabarismos linguísticos fazem que um sim signifique não. E pouca gente o percebe. Assim é que se abre caminho para um programa de proteção aos direitos humanos que revoga direitos humanos. Ou uma chamada "Comissão da verdade" que só quer uma meia verdade, ou a verdade de um dos lados. Ou o caixa dois transformado em "recursos não contabilizados". Ou o corrupto que é apresentado como grande estadista. E assim por diante.

O próprio Orwell escreveu: "Se as ideias corrompem a linguagem, a linguagem também corrompe as ideias".
Por isso enriquecer o vocabulário não serve somente para falar bonito.

Serve também para pensar corretamente.


Luciano Pires
http://www.lucianopires.com.br/

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Co-Incidência
Parte 2

-   Sim, pois é, o estuprador. A senhora.. rhan-rhan... senhorita portava alguma arma... 
   um canivete, ou coisa parecida?
-   O senhor está me chamando de... de...!?
-   Absolutamente, moça, de jeito nenhum. Só estou cumprindo as formalidades, 
   é o meu trabalho. Alguma arma?
-   Não. Tenho medo de armas – empertigou-se.
-   Ah, bom, tem medo de armas. Mas de andar sozinha, de madrugada, 
   na... na orla marítima – enfatiza com malícia a expressão – com...essa roupa...
-   O que é que tem a minha roupa?! Bota as mãos nos quadris, 
   sacudindo-se toda, exibindo a minissaia de couro preto, 
   a blusa colante de decote generoso, os enormes saltos.
-   Não tem medo...
-   E daí?  Só porque eu vejo um cara bonito com pouca roupa vou atacar ele? 
   O senhor tá querendo dizer que a culpa é minha, se o cara quis me estuprar? 
   Era só o que me faltava!
-   Mas será possível, minha senhora?! Tenha calma, eu só estou fazendo o meu ...
-   O seu trabalho, o senhor já disse; muito mal feito, por sinal. 
   A essa altura, já devia era ter uma pista do cara. Eu dei todas as dicas importantes.
   Queria ver se fosse com filha sua.
-   Filha-minha-não-anda-sozinha-de-madrugada-na-praia-com-uma-roupa-dessas! 
   Vocifera o policial, num fôlego só.
- Ora...! Sabe de uma coisa? Não quero mais dar queixa coisíssima nenhuma! 
  Ele não conseguiu nada mesmo. Só vim dizer pra polícia saber que tem um tarado por aquelas bandas. Mas se é pra ser humilhada desse jeito... a polícia que se dane.. humpf!   Teatralmente, jogando para trás os longos cabelos tingidos, a moça repõe a bolsa a tiracolo e se dirige à saída. Na pressa, esbarra num rapaz de presumíveis dezesseis anos, tipo atlético, que entrava como um vendaval na delegacia. A bolsa se abre, esparramando pelo chão um monte de objetos.
 
  A moça solta um palavrão e passa a catar pela sala chaveiro, batom, fivelas, carteira de couro, minifrasco de perfume. Ao erguer os olhos, dá de cara com um rosto familiar: o do estuprador de duas noites atrás.
-   Me dá uma graninha aí, véi, que eu alisei.
                                                            

Co-Incidência
Parte 1

O policial de plantão perde a paciência.
Passa a mão no cabelo despenteado, cofia a barba, puxa um longo trago do cigarro, pigarreia.
- Muito bem, muito bem. Vamos por partes. A senhora ia...
- Senhorita.
- Certo, (rhan-rhan). A senhorita ia andando tranqüilamente
no calçadão da praia, plena duas horas da manhã
– e aqui um canto da boca se contorce, com escárnio –
quando aparece o assaltante.
- Es-tu-pra-dor, soletra a moça, orgulhosamente.
http://criscamapheu.blogspot.com/2010/09/co-incidencia-parte-2.html

Arquipeleja com a insânia

Meu caro amigo, este foi
um dos melhores presentes que você já me deu,
até porque me fez confirmar uma intuição.

Nem peço perdão pela "heresia".
O laureado Lobo Antunes pode
ser a quintessência da literatura lá pras suas
cachopas. Pra mim... daqui das profundezas
da minha santa ignorância, e estribada
no assumido preconceito...
acho que ele é "tipo assim" um Marcel Proust
lusitano, isto é, um pé no saco. Ah, você
adora o Proust? Eu até hoje lamento
o tempo perdido com ele.

Se calhar, quem sabe topei justamente com o livro
mais "difícil, profundo, hermético" do escritor.
Vai ver não tenho é um pingo de cultura,
erudição, sensibilidade para conferir
o devido valor a esse caviar literário.
Deus me conserve assim.

O que me intriga é a crítica botar o Lobo Antunes
na mesma prateleira com o Saramago. Mais do que
me intriga: incomoda tanto quanto incomodou
ao lúcido ensaísta da cegueira branca.
Sei não, viu, mas ou eu sou tapada
ou o gajo é um excelente psiquiatra.
Pra você ter uma vaga ideia, nem sei dizer
exatamente o que mais me desagradou: a apresentação
gráfica do texto, a caoticidade das ideias e
sentimentos semi-expressos, ou explícitos de- mais,
ou a evidente intenção de ser inovador,
arrojado, ultramegapósmoderno,
Saramaguiano.

Antes de me acusar de obtusa, leia
esta seção de autoterapia intitulada
O ARQUIPÉLAGO DA INSÔNIA, Ed. Objetiva, 2010.
Duvido que vença 50 páginas.
Se vencer, perceberá, como eu, que
não vale a tinta com que se imprimiu
A Jangada de Pedra - pra citar só um
dos livros mais apaixonantes da Era
do Degelo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Flor dos Pampas

Continuo com Mary et Max na cabeça.
As personagens são intensas, e o enredo é denso mas tratado com delicadeza.
Boas pitadas de humor, mas é uma história basicamente triste.

Faz a gente pensar sobre amizade, sofrimento, solidariedade, preconceito.

O filme me fez lembrar de alguns amigos virtuais.
Especialmente de ti, gaúcha, que me chamas de Flortaleza.
Nas minhas crises de "depressinha" releio nossos e-mails
e neles acho conforto.

Embora não nos falemos com tanta frequência quanto gostaríamos,
vez ou outra uma simples frase no MSN nos faz mais próximas
do que muitos amigos, vizinhos, irmãos. Se o computador não
servisse para mais nada, só por isso já valeria a pena
enfrentar todas as aporrinhações que ele traz.

Um dia ainda vamos tomar aquele chimarrão com rapadura.
Abração.

Olha o link oficial:

 http://www.youtube.com/watch?v=mSSCIqsvQK4&feature=related

domingo, 5 de setembro de 2010

Mary et Max

Um "hino à amizade", pra dizer o mínimo.
O filme assiste você.
E te deixa em estado de choça, ou de graque,
(estado de choque + estado de graça, ou versa-vice)
No final, você vai entender o neologismo idiota.
Siga o link e veja um trecho:


 http://www.youtube.com/watch?v=mSSCIqsvQK4&feature=related

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dê pitaco


Uma amiga encontrou essa jóia num Antiquário em Sampa
e me enviou de presente de aniversário. Tirei várias fotos e vou postar de vez em quando pra ver o efeito.
A que ficar mais bonita vou adotar como marca do blog, porque a que figurava antes era da web. Esta que aparece hoje no frontispício (lá em cima) eu consegui colocando o camafeu sobre o fundo de um incensório de pedra-sabão e dando efeitos na camera digital. E esta aqui ao lado foi sobre uma almofada de cetim branco. Se você está entediando e não tem o que fazer de madrugada, me ajude a escolher. Aceito pitacos, sugestões, bedelhos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lido na Web

A vida não deve ser uma viagem para o túmulo,
com a intenção de chegar lá são e salvo,
com um corpo atraente e bem preservado.
Melhor enfiar o pé na jaca
- cerveja numa mão, tira-gosto na outra -
muito sexo e um corpo completamente gasto,
totalmente imprestável, sob o epitáfio: VALEU!