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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Meu habitat

A libido - não o mero desejo sexual - é a força vital que anima corpo e alma. Se acabar, é morte certa.
O aguilhão da carne, este sim, é bom que se afaste, pra não atravancar o caminho dos afetos. Mas a gana de comer coisas e pessoas deve resistir. O tesão das paisagens, das águas limpas, do céu azul de doer na vista,
do olhar do nosso cão... já reparou como eles nos olham com uma compaixão infinita? Como se pensassem: pobre amigo (nós), se depender de mim, nunca serás sozinho nem triste. A febre de tocar, ouvir a voz, o calor do abraço. Nada disso morre, enquanto há um fiapo de vida. O atrito das viscosidades... foi bom e útil, enquanto se era só bicho. Com o tempo, vai-se trocando a pele, como os répteis, vai-se moldando ao "ambiente" (a casa, a morada). E a casa de quem perde o viço, a rigidez dos  tendões, o ambiente de quem sente a coluna dorsal curvar-se para o chão em que logo vai dormir pra nunca mais... o ambiente de quem já esgotou sua sede de orgasmos físicos... é o Amigo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Doutor Luís Inácio Lula da Silva

Não sou petista, nem filiada a nenhum partido.
Dizem as más línguas que, além de toda espécie de falcatrua que protagonizou,
Lula perdeu o dedo "sem querer" para se aposentar como metalúrgico e se dedicar totalmente ao sindicato, à vida política, enfim. Se é verdade, meu respeito por ele aumenta...rs   Fez conchavos até com as serpentes do Butantã pra chegar aonde queria. Não fala português, mas Lulês. E mesmo assim conseguiu dizer o que queria a governantes de todas as línguas, credos e convicções políticas. Jogou em todas as posições - mas não de quatro, 
diante de nenhum outro país ou organismo internacional.
Como chefe de Estado, botou os diplomas de todos os que o cercam no bolso.
Pra mim, muito justa a condecoração. Ninguém mais "doutor honoris causa" que esse pernambucano da peste.  Tenho muita admiração pelo Nove-Dedos. 
E quem não gostar que dê um jeito.
Cris

sábado, 17 de setembro de 2011


Salada Feliz 
Taí, Olivier, minha salada preferida:
                 
As coisas:

Um punhado de rúcula
Um punhado de espinafre
2 folhas de acelga
2 folhas de alface crespa
1/2 beterraba crua
azeitonas, ervilhas, palmito e cogumelos a esmo
1 punhado de milho verde
1/2 pimentão verde
3 tomates cereja
1 maçã verde com casca
um tiquim de cebola branca
uma coisinha de cebola roxa
1 dente de alho
1 limão qualquer
Quanto quiser de azeite de oliva extra-virgem


O Leriado:
Lave tudo debaixo da torneira, não importa a cor e o jeitão. Mergulhe as folhas, tomates e demais hortaliças numa vasilha com água e 5 gotas de hipoclorito de sódio, por dez minutos. Deixe escorrer. Picote as folhas com as mãos. {Se cortar com faca, bem fininhas como se vê naqueles programas de televisão, destrói boa parte dos nutrientes, periga você se cortar e temperar a salada com sangue, o que no meu caso vedaria o consumo a qualquer outra pessoa}. Além do mais, perde-se o teor de poesia. Rale a beterraba e o alho crus. Acrescente as ervilhas, azeitonas, cogumelos, palmito, milho verde e corte o resto em cubos, tiras, não importa. Esprema o limão por cima, misture tudo com as mãos e encharque de azeite sem pensar no preço. Coma com as mãos. Lamba os dedos. E dê um sorriso com os dentes cheios de farelinhos pra quem estiver por perto.

Rendimento: a porção só dá pra um, ou pra dois que se amem.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Orgulho: nem gay nem hetero

Ô discussão idiota. Gente, pelas barbas do profeta! Não era nem pra existir Dia do Orgulho Gay, que se dirá do Orgulho Hétero. Por que ter orgulho de ser gay? De ser hétero? Isso importa para quem?  Eu nunca me orgulhei de ter sangue O Positivo, o dito Doador Universal. Não tenho o menor mérito nisso. A gente deve orgulhar-se é de respeitar o Outro. Ora, que me importa se meu vizinho é gay ou hétero? A orientação sexual dele não me afeta em nada. Que influência isso vai ter no preço da gasolina, na agricultura, na paz mundial, no efeito estufa, na corrupção, na farra dos políticos, no quanto toda a bandidagem se diverte à minha custa e às minhas custas?  Tantas questões importantes, cruciais pra se debater. Tanta lei implorando pra ser cumprida. E os bonitinhos discutindo o que é mais digno, o que dá mais orgulho, ser gay ou hétero?! Tenham dó! Deviam era fazer melhor uso desse tão falado orgulho e instituir o Dia da Vergonha na Cara.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pão de Bunda


Com a abundância de matéria-prima que temos no Brasil, já-já pulamos para primeiro lugar na economia mundial. Não é pouca coisa não, meu povo...!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Grata surpresa

Quem me conhece sabe que não gosto de surpresas - nem mesmo as boas. E não gosto por uma razão muito simples: elas me pegam desprevenida. Mas hoje um cara me fez ver que surpresas podem ser agradáveis. Por exemplo, quando a gente pensa que uma tarefa vai ser chata e desestimulante... e não é. Quando acha que não vai aprender nada... e aprende. Aceitei fazer a revisão mais porque foi indicado por uma pessoa querida do que por qualquer outro motivo. Até deixei de lado outros compromissos, para não deixar a amiga na mão. Tinha certeza que ia me arrepender. Que nada. Olha aí a vida me surpreendendo. E eu achando ótimo. Continuo não gostando de surpresas. Mas algumas são boas. E eu sempre disse que não queria conhecer mais ninguém. Que besteira. Inteligencia e educação sempre cabem em qualquer lugar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Revisor sofre...!

Colei aqui trechos de conversas com clientes q me pedem
revisão de seus trabalhos "acadêmicos", pelo MSN. 
Todos têm nível superior. 

1.      À partir de hoje, não vou mas, muito chaaaaaaato.
2.      Não usa-se mais trema em freqüência, né
3.      Não faço isso não, pode dá galho.
4.      mais estar chovendo forte ainda em Petrópolis.
5.      as pessoas q quiserem ajudar, devem encaminharem doações p/ Cruz Vermelha.
6.      Deus proteja-te
7.      ...mais e o preço custa muito caro? é à combinar?
8.      entrega p/ todo brasil
9.      pois não fui pelo o mesmo motivo. 
10.   tem um tel publico à poucos mts da minha casa.
11.   no pacote tem o endereço cujo o nome é o mesmo, manda hj OK!
12.   Segue anexo as fotos k falei,  vale à pena vê.
13.   mando pra me por email, pelo o fax nao vai dá, tá quebrado
13.   ... mais ele veio à trabalho ou somente à paceio?
15.   da torrinha não dar pra vê nada, agente fica meia escondida, 
        por de traz de coluna... ou! coisa disconfortavel né!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Beethoven no Ceará


Os primeiros registros da Terceira Sinfonia (Opus 55) de Beethoven surgiram em Viena  em 1802. Na época, Napoleão já era figura conhecida na Europa. Na imaginação popular, ele encarnava o gênio militar e político que traria os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade propagados pela Revolução Francesa. Em meio a essa aura de heroísmo, Beethoven decidiu batizar sua  obra com o nome do general. 

Em 1804, quando Napoleão se proclamou imperador da França a admiração do compositor foi substituída por uma profunda aversão. Beethoven declarou publicamente: "Bonaparte não é mais que um homem vulgar. Só quer satisfazer sua ambição e desprezará os direitos humanos para ser apenas um tirano". 

Dividida em quatro movimentos, a Eroica é um marco não só por seus 50 minutos de execução, mas pela riqueza arquitetônica dos acordes.

Sempre é revigorante ouvir boa música. Vamos ao teatro, pois. 

domingo, 10 de abril de 2011

Tudo sempre pode piorar

Ai, fico arrasada quando vejo o Bial no Big Brother.
Mas tem coisa pior. É quando a gente é chamada
de careta, frustrada, "sem noção", se se mostra
indignada com o que "rola" na mídia, especialmente na TV.
Dia desses quase matei uma criatura de susto porque
disse que nunca vi o BBB em qualquer de suas 11 asquerosas edições.
Disse a beldade de 16 anos que sou uma "baranga muito da mal amada
e tô precisando de homem". Infelizmente é verdade - pensei.
Mas vou morrer precisando, porque é bicho praticamente extinto. 
Ora, se encontrar um macho já é difícil, imagina um homem.
 
Não sei não, mas acho que quem está subindo pelas paredes 
e precisando de homem é quem, já aos 16 aninhos,
se posta diante de uma TV pra ver OS OUTROS fazerem sexo
ou coisa que o valha... né não?

Rabugice

Não te esqueci não, amiga. Mas tenho sido
negligente. Foi maus.
Fico pensando em como me sinto abandonada, sempre que não vejo 
alguns amigos na caixa de e-mails. Acho imperdoável. 
Principalmente da parte de uns poucos, que eu considero pedaços de mim.
Cada um tem sua vida, seus problemas, claro. Casa, labor e lazer,
filhos, pais, irmãos. Não têm tempo de me paparicar.
Não digo que "entendo", não. Porque não entendo. E não desculpo.
Acho descaso, falta de consideração. 
Um e-mail por semana, um telefonema, é o mínimo
de atenção que uma amiga porreta como eu merece.
Eles não acham. Sabem que "estou sempre aqui", não
têm medo de me "perder", ou, na melhor das hipóteses,
têm esperança de me ver por perto ainda alguns anos.
Continuo procurando desculpas pra eles. Não têm.
Estou "cobrando"? Estou, sim. Tenho certeza que faço jus a um pouco
mais que presentes e  jantares de aniversário, convites
pra ceia de natal e ano novo. Isso a gente faz para um grupo de
pessoas próximas, conhecidos em geral. Eu me recuso a ser "mais um". 
Porque nenhum deles é apenas "mais um" pra mim. São prioridade,
e tenho mostrado isso de todas as formas que posso - infelizmente
são poucas e - hoje sei - irrelevantes.
Ei, liga não. Eu tava precisando ser chata e rabugenta, 
e sobrou pra ti.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Terror em Realengo

Terror é força de expressão. Essa saraivada de tiros na escola carioca não passa de mais um furdunço na periferia do Rio. Naturalmente com vítimas fatais. Trágico, mas não tragédia: um crime premeditado não é tragédia. Novidade, sim, porque essas coisas são - ou eram - mais comuns na Escócia, na Inglaterra, nos Estados Unidos. Perigo é virar moda, como sequestros-relâmpagos, venda de drogas nos bailes funk, ataques a ônibus, arrastões etc. Onze mortos, entre eles o bandido, que, inspirado pelo fundamentalismo que vê na TV todo dia, coerentemente se suicidou. Adoro esses eufemismos policiais. Se eu fosse
secretário de segurança ou governador do Rio, condecorava esse policial que "suicidou" o cara. Meu herói.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os instantes superiores da Alma


Os instantes Superiores da Alma
Acontecem-lhe na Solidão
Quando o amigo - e a ocasião Terrena

Se vão para o Infinito.

Ou se eleva Sua Essência
A um Plano mais remoto
Do que pode conhecer
Sua Onipotência.

Essa Abolição Fatal
É rara - mas tão bela e perfeita
Como quando o Ideal
Ao Absoluto se sujeita.

É revelar-se a Eternidade
A uns poucos eleitos
A Substância Colossal
Da Imortalidade.
         Emily Elisabeth Dickinson

Teresina Cristalina

Você me envia lindas imagens do Piauí - tão 
menosprezado, e de belezas tão pouco conhecidas.
E eu te digo que pra mim, Teresina é mais linda e mais importante
do que Paris - que não tem nada a ver comigo
Passei os melhores anos da adolescência daqui pra lá e de lá
pra cá, visitando uns tios.
Avenidas largas e bem traçadas, aqui e ali uma fonte
esguichando água muito limpa e fresca,
à noite iluminada por uma luz feérica, dão
à cidade um ar de sonho. O calor é grande,
sim, e pode-se literalmente fritar um ovo no
asfalto - não é lenda não. Mas não é mais quente e
abafado que Sobral, e todas
as cidades "Quixe": Quixeramobim, Quixeré,
Quixelô, Quixadá, Quixaba. Quando chove,
é pra valer: o vento e o toró repentino
arrancam árvores centenárias pela raiz.
Mas o melhor de Teresina é o povo.
Mais hospitaleiro nunca vi. E não só a gente
simples; mesmo a nata do high society
ali é acolhedora, gentil e simpática.
Ô pessoal porreta.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os amigos sabem que coleciono camafeus, e sempre que têm chance me dão alguma peça. Mas o Graco exagerou. Mês passado me trouxe de Sampa nem sei quantos brincos, pulseiras, colares e broches. Vez em quando vou postar uma foto aqui. Não há jóia mais delicada e preciosa que amizade assim expressa, não importa em que material tenha sido forjado o objeto. Um mero "obrigada" não dá conta da minha gratidão. Que a sua carreira seja sempre bonita, elegante e valorizada como esses mimos, é o que desejo ao mais talentoso clown que o resto do mundo logo vai aplaudir de pé, como já o fizeram os cearenses, paulistas e chilenos que o premiaram.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


Em noites de chuva
Componho em místico vagar

O memorial da minha dor preferida
Um poema interior, 
uma canção de ninar
Que adorne a solidão, sare a ferida.

Uma canção com cheiro de acalanto
Pra minha alma em chaga aberta
Pois a chuva é também um pranto
Que o céu verte na rua deserta.
Em noites de chuva
Refaço no peito antigos caminhos
Trilhados antes com sua mão na minha
Sigo atalhos, desvios, veredas
Mas desta vez vou sozinha.
Gosto de pensar que chuva assim
Encharcando o mundo nessa hora
Como se fora o céu grande goteira
É o meu amor que tanto chora
A saudade de mim.
E se vem um leve estio, nalgum momento,
É que ele soluça, noite adentro,
E abriga do frio
A saudade de mim.
Poema antigo de terna memória
- Uma canção de ancestral estribilho
Derrama a chuva sobre a nossa história -
E ele é meu par, meu amigo, meu filho.

Meu Beatle predileto

Ringo Star, 4 meses

Até agora, não parece que tem cão em casa. Acho que veio mesmo do Tibet, como seu primo Lhasa Apso. Meu filho disse que ele é "zen". Pra mim, é praticamente um monge.
Estou estranhando o comportamento do Ringo porque a Nina (Cocker  + perdigueiro) era um dínamo. Latia pouco, mas não parava um instante, e tinha a desagradável mania de mordiscar os calcanhares de todo mundo.
Ringo é um Shih Tzu, e esse cão tem fama de ser brincalhão, nada agressivo, mas difícil de adestrar. Não parece ter o ser humano em altíssima conta, como os cães em geral.  Mal chegou, devorou uma medida de ração, bebeu muita água mineral quase gelada. Vistoriou a casa toda, fuçou cada recanto, mas não saiu marcando território com xixi, como eu esperava - e temia.
Passeou como um lorde pra lá e pra cá, abanando a cauda suavemente, com um ar de "é... tá bonzinho esse lugar, podia ser pior". Depois fez um cocô muito elegante na porta da frente. Eu fechei a cara na hora, disse não! sem gritar mas com firmeza; botei ele em cima do papel onde deve fazer de hoje em diante. Me olhou com cara de "ô mulher enjoada" me deu solenemente as costas, e esparramou-se na pedra fria do quintal, entre as mini roseiras e hortelãs, e passou uma meia hora olhando pro Nada, com cara de enfado. Nem aí pra mim. Adorei.
Mas todos estranham, e insistem em dizer: esse cachorrinho deve estar doente, ainda não latiu e é quieto demais. Fui tomar banho e ele ficou olhando da porta do banheiro, impassível. De vez em quando erguia as orelhas, atento a algum barulho lá fora. Agora cochila esticado no chão, na frente do ventilador, a cara enfiada entre as patas dianteiras. A caminha ele não quis. Mas eu entendo, tá um calor dos diabos, embora a janela aberta, o Nin, a buganvília amenizem. E o piso do meu quarto é um mosaico que deve ter vindo com Tomé de Sousa numa caravela, está limpo, seco e frio, uma delícia. Até eu queria deitar nele agora. O olhar confiante e amistoso desse anjo de quatro patas me lembra uma frase que li não sei onde nem quando: infeliz o homem que não tem sequer o amor de um cão. Bom: se depender disso, até que não estou mal.

Ancoradouro

Amado irmão e amigo,

Sim, chegamos. Mas não à Infelicidade, que
nem mesmo o sinistro Barqueiro conduz a ela, se também ousamos remar.
Chegamos ao fictício ancoradouro das nossas angustias.
Eu e tu, e nossos amigos, cada um ao seu modo, no seu Possível Cais.

A mim não me soam antipáticos os "infelizes" - quem serão? Só sei que é sempre bom estar entre os meus pares. Melhor ainda compreender que ser feliz não é minha obrigação, desde que não nasci com ferramentas adequadas.

Procuro administrar perdas e danos, ao longo do percurso - que não sei quando começou, nem quando, como e se vai terminar - espero sinceramente que sim. A eternidade é uma perspectiva nada agradável. Prefiro ser infeliz com data marcada pra não ser mais.

Noite de Natal com amigos, luxo que há muito não me dava. Ringo Shih Tzu foi cãovidado especial, ao lado de Julie Pinscher, e esses dois anjinhos sem asas é que deram o espirito amoroso da festa. Virada de ano chez Monsieur G., em petit commité: eu, ele e o bebê; o clã Saraiva; os Azevedo e meu amigo clown. Amenidades.

Hoje eu deveria estar no aniversario de 18 anos da Iasmyne, Mme Szasz deve estar me esperando até agora. Não tive ânimo. Nada mais cansativo que ser sociável quando tudo que se quer é afagar a cabeça do cachorro, e ouvir musica bem baixinho. Tem dias de Paganini, tem dias de Tchaikovsky, Roberto Carlos. Mas hoje eu queria me sentir na varanda da Fazenda Juruá, dose
de cachaça, cordeiro na brasa. Então o fundo musical tinha que ser Forró de raiz - raiz de mandacaru, árida como a minha alma.

Não apenas perco muito, como nenhum proveito tiro dessa distância, e saiba que tua companhia sempre foi um bálsamo. Mesmo quando te quedavas mudo, mirando o Nada. Talvez até principalmente
nesses momentos. Saudade, diz o poeta, amarga que nem jiló. É uma das melhores comparações que conheço. Não tem jeito, o sertão é parte de mim. Não o das grandes veredas, mas o das trilhas estreitas, do sol perverso, dos rios secos.O sertão dos amigos que vão embora - uns por morte, outros por perseguir a vida.

Acho que não chegamos não. Talvez nunca cheguemos a essa Paz que ansiamos. Enquanto ela não aparece... não custa nada amar e sentir saudade - é tudo o que temos, mas não é pouco.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eu sei que ele existe

Eu sei que Ele existe.
Silente - em algum lugar
Oculta Sua vida preciosa
Ao nosso rude olhar.

Brincadeira de esconder,
Uma doce emboscada
Só para surpreender
Na gloria almejada.

Mas se prova o brinquedo
ter perfurante corte
e  enrigece a alegria
ante o duro olhar da morte,

Não sai caro demais
este motejo?
Não vai longe demais
Esse gracejo?

Emily Dickinson

Em plena Ditadura

Era uma vez uma sócia do Recreio Clube de Campo, aos 13 anos.
Aaff! Tem cada coisa nas minhas caixas de papelão...rs

sábado, 15 de janeiro de 2011

Pensando Alto

Para todo lado, muro

Pra cima, céu escuro

Pra baixo, poço fundo

À frente, caminho estreito

Atrás – ê mundo! – não tem mais jeito.