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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mediocridade

Devido à hesitação em pintar certas pessoas como vejo,
e usar cores pastéis, ao retratar, por exemplo, a família,
um amigo vive me lembrando que é com bons sentimentos
que se faz péssima literatura. Na verdade o que Gide disse foi: “Já escrevi e estou sempre disposto a voltar a escrever o seguinte, que se me afigura de uma evidente verdade: «É com os bons sentimentos que se faz a má literatura»; nunca disse, nem pensei, que só se fazia boa literatura com maus sentimentos.”

Seja como for, se depender de maus sentimentos e pensamentos, algum dia serei considerada genial.

Evidente que é gozação – mas não sei até que ponto.
Minha única “certeza” a esse respeito é que se ainda não pintei minha guernica foi por pura vergonha. Como expor tanta sordidez? Este pudor, sozinho, já me condena à eterna mediocridade. Imagine-se então que será dessa “literatura” se ao pudor juntar-se a indigência criativa. Melhor seria esmolar à porta do templo.

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