Nada me empeces, e sem que o saibas
Conheço-te já - és palatável: beijo
agridoce
Mágoa salobra no olhar
Lábil desejo, peito ancoragem, braços de
mar.
Todo te entesas, e em mim te enredas
Como no muro a hera. Me gostas sem pressa e sem
norte.
Na morna acidez do teu, meu verbo
avivas.
Se eu quero, tu me esperas
E da pequena morte
Não me privas.
De um mero olhar dos meus que em ti
pousara
Sobem labaredas – e por esse fugidio
céu
Ousamos o que no eterno não se ousara.
Profanamos o Amor, sem mastro e sem
rumo
Marinamos a Carne nos sagrados
sumos
Tatuamos um no outro um
Camapheu.
Eu minto que na vida jamais fui ou serei
tua
Tu finges não saber que morres meu.