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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pra descer no Paraíso


Eis o que consegui tremulamente dizer na cerimônia de batizado do meu caçula, ontem.



Há pouco mais de três anos um amigo me fez “uma proposta indecente”, na sua exata expressão. Se eu queria ser a mãe do filho dele. O mero pedido já era uma honra, mas pra me tirar qualquer possibilidade de defesa, ele ainda acrescentou: só você se encaixa no perfil de quem pretendo para essa parceria ad eternum. Até hoje não tenho certeza, mas na hora achei que era um elogio, e aceitei. E assim, o que às vezes é um fardo pra muitas mulheres, pra mim tem sido, mais que um privilégio, uma bênção diária. Nas primeiras noites que passamos com o bebê, eu – que já tenho um filho adulto –, eu é que fui marinheiro de primeira viagem. Meu amigo parecia nunca ter feito outra coisa na vida senão cuidar de um recém-nascido. E nesses três anos tem sido o pai mais amoroso que uma criança pode ter. Todos somos testemunhas disso, e estamos orgulhosos e felizes. 

Mas aposto que nesse momento não há ninguém mais feliz e orgulhoso do que o autor deste Milagre, Aquele que depositou em nossas mãos inábeis a expressão de seu Amor por nós: uma vida pra cuidar. Se pudéssemos ver Deus agora, acho que Ele apareceria como o imaginam as crianças: um velho de longas barbas brancas. Mas em vez do ar severo que insistem em Lhe dar, exibiria um terno sorriso de vovô voltado para esta Casa.

Um comentário:

  1. liiiiiiiiindo, e eu estava la presenciando tudo. ha muito não era tão feliz ao lado de amigos de verdade.

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